quarta-feira, 10 de setembro de 2014

PRONATEC - CUITÉ - Auxiliar Administrativo

Pessoal, após assistir ao vídeo, façam comentários respondendo a seguinte questão:

Como você gerencia os conflitos em seu ambiente de trabalho e/ou casa?

Os seus comentários devem ser postados aqui mesmo no blog.

Prazo: até o dia 17/09/2014.

Bons estudos!



domingo, 7 de setembro de 2014

Pronatec IFPB Cabedelo - texto para estudo

Oi pessoal, como dito, abaixo o texto que vocês deverão ler e responder às questões seguintes:


1) Para você, qual o valor da informação nos dias atuais?

2) Para Paes, como são classificados os arquivos?

3) Tendo em vista a questão das massas documentais, qual a importância da gestão de documentos?

4) Fale sobre o Gerenciamento Eletrônico de Documentos.



Lembrando que você deve entregar o trabalho no próximo sábado (13/09/14), com capa e preferencialmente digitado.






ARQUIVOS E A ORGANIZAÇÃO DA GESTÃO DOCUMENTAL
Uberdan dos Santos Lopes
Resumo
Discorre sobre a importância dos arquivos na sociedade. Apresenta aspectos gerais de arquivos, seu funcionamento, conceitos, entre outras características.
Esquematiza os mais modernos meios e técnicas de arquivamento, bem como
compara tecnologias aplicadas para o gerenciamento eletrônico de documentos,
microfilmagem e GED.
Palavras-chave: Arquivos; Gerenciamento Eletrônico de Documentos; Gestão da documentação.
1 INTRODUÇÃO
Com o crescimento e evolução da escrita e da vida social, o ser humano
passou a compreender melhor o valor da informação e, por conseguinte, o valor
dos documentos.
A partir daí começou a agrupar documentos sistematizando em diversos
suportes os resultados de suas atividades cotidianas relacionadas com política,
religião, sociedade, economia, entre outras. Neste momento surgem os arquivos,
que tinham como papel principal a guarda e conservação de documentos
objetivando atestar a legalidade dos patrimônios e contar a história de seus povos.
De acordo com Bottino, (1994) os arquivos surgiram quando os indivíduos
passaram a registrar seus atos e informações necessárias a sua vida social, política
e econômica, o que se iniciou na mais remota Antigüidade.
Arquivos são locais destinados à guarda ordenada de documentos criados
por instituições ou pessoas, no decorrer de suas atividades, buscando a preservação
desta documentação como um conjunto e não como unidades isoladas, pois estes
na sua maioria servem de prova de transações documentais realizadas e estão
relacionados com os direitos e deveres destas instituições ou pessoas.
Este artigo enfoca o papel dos arquivos nas organizações, não considerando
a esfera em que se apresentam, mas sim, procurando citar as fases de sua
organização, características e alguns dos documentos arquivísticos, bem como os
tipos de arquivos e arquivamento existentes, mais utilizados.
2 CONCEITOS E METODOLOGIAS
Nas organizações o objetivo principal dos setores de arquivo é atender à
administração direta em suas atividades diversas, servindo de suporte à pesquisa
técnica, administrativa e financeira produzindo, recolhendo, selecionando e
arquivando documentos gerados de maneira organizada, estando sempre
preparados para o atendimento a consultas internas e externas de maneira rápida e
precisa.
Para Prado (1986, p.4) o arquivo serve de instrumento principal de controle
à ação administrativa de qualquer empresa, seja ela privada ou pública. Abriga
documentos resultantes de uma atividade, sendo estes conservados como
comprovantes. Quando bem organizados, transmitem ordens, evitando repetições
desnecessárias de experiências, diminuindo a duplicidade de trabalho, revelando o
que está para ser feito e os resultados obtidos. Constitui, ainda, fonte de pesquisa
para todos os ramos administrativos e auxilia o administrador na tomada de
decisões.
Com o passar do tempo e terminada sua função legal, os arquivos
transformam-se em conhecimento para resgate histórico, quando seus documentos
deixam de ter a validade técnico-administrativa e legal para servirem de fonte
histórica institucional. Sua função principal é a disponibilização das informações
contidas em seu acervo de maneira ordenada e funcional, a fim de embasar os
procedimentos da instituição onde está inserido.
Para Paes (2002 p. 20) os arquivos podem ser classificados da seguinte
maneira:

1) Por seus mantenedores:
a) Públicos - federal, estadual e municipal;
b) Institucionais - Instituições educacionais, Igrejas, Corporações não
lucrativas, sociedades e associações;
c) Comerciais - Firmas, Corporações e companhias;
d) Famílias ou pessoais.
2) Pelos estágios de sua evolução:
a) Arquivos de primeira idade ou corrente;
b) Arquivos de segunda idade ou intermediário;
c) Arquivos de terceira idade ou permanentes.
3) Pela extensão de sua atuação:
a) Setoriais - quando existem arquivos espalhados nos mais diversos
setores da organização;
b) Gerais ou centrais - quando todos os documentos gerados estão
reunidos em um único arquivo.
4) Pela natureza de seus documentos:
a) Arquivo especial - detém sob sua guarda diferentes tipos de suportes  de documentos resultantes da experiência humana em algum campo específico do conhecimento, tais como fotos, fitas cassete, filmes VHS, discos, CD’s, recortes de jornais, disquetes, CD-ROM, entre outros. Por se tratar de documentos na sua grande maioria frágeis, deve-se ter maior cuidado com a conservação e preservação, não somente no aspecto de armazenagem, mas também em seu registro, acondicionamento e controle.
b) Arquivo especializado - detém sob sua custódia documentos resultantes da experiência humana num campo específico, independente da forma física que seus documentos apresentem.
Os documentos a serem disponibilizados apresentam-se em diversos
suportes, e de acordo com suas características, forma e conteúdo, podem ser
classificados basicamente de duas maneiras:
a) Relacionados ao gênero-que podem ser textuais, cartográficos, filmográficos, sonoros, iconográficos, micrográficos e informáticos;
b) Relacionados à natureza de seu assunto-que podem ser ostensivos (liberada sua divulgação), sigilosos (com divulgação restrita e  subdivide-se em secreto, ultra-secreto, confidencial e reservado).
Lopes (1993) também coloca que outras espécies documentais, mensuráveis por unidade, dentre elas: os negativos e as ampliações fotográficas, os mapas e as plantas, os vídeos, os filmes, os microfilmes, os disquetes, as fitas magnéticas de som e as de computador, etc., vêm se avolumando em quantidades impressionantes. Estas precisariam também ser guardados em muitos casos, com investimentos adicionais e prédios anexos especiais. Não se deve esquecer que se vive em plena era da explosão da produção e da acumulação da informação.
As espécies documentais mais freqüentes encontradas são: cartas, faturas, relatórios, projetos, questionários, formulários, entre outros.
2.1 Organização e administração de arquivos
Independente do tipo de arquivo que se deseja trabalhar e da instituição na qual se encontra este setor de arquivo, deve-se primeiramente conhecer a empresa, identificando os diversos setores e a hierarquia, objetivando determinar os tipos de documentos e seu fluxo na organização. O desenvolvimento deste reconhecimento está dividido em três fases. São elas:
a) LEVANTAMENTO DE DADOS: nesta primeira fase procura-se conhecer a estrutura, os objetivos e o funcionamento da empresa, examinando estatutos, regimentos internos, a regulamentação, normas, organograma, mantenedores e documentos gerados e
recebidos, buscando analisar o gênero dos documentos, os formulários utilizados para controle, o volume e estado de conservação do acervo, seu arranjo e a existências de registros e
protocolos, bem como a média de arquivamentos. Devem ser identificadas também a localização e infra-estrutura do arquivo, sem esquecer de efetuar levantamento dos recursos humanos seu número, formação e salário.
b) ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS: após a primeira etapa o profissional estará habilitado para de forma objetiva analisar a real situação dos serviços e diagnosticá-lo, formulando e propondo as devidas intervenções e medidas a serem adotadas. Nesta etapa, é
quando se constata os pontos de atrito, as falhas ou lacunas existentes na administração, ou seja, os problemas de funcionamento existentes no arquivo.
c) PLANEJAMENTO: Para uma correta elaboração de um plano arquivístico deve-se levar em consideração principalmente as necessidades da instituição sem desconsiderar jamais as disposições legais referentes. Existem alguns pontos de extrema relevância a serem considerados nesta etapa. São eles:

1. A posição do arquivo na estrutura da instituição;
2. A opção de centralizar ou descentralizar os arquivos;
3. Determinar a coordenação dos serviços;
4. Escolha de métodos de arquivamento;
5. Estabelecimentos de normas de funcionamento;
6. Identificação e capacitação dos recursos humanos;
7. Seleção das instalações físicas, equipamentos e materiais de consumo
e permanentes;
8. Desenvolvimento de arquivos intermediários e permanentes;
9. Viabilização de recursos financeiros;
10. Elaboração do projeto de arquivo;
11. Implantação e acompanhamento do projeto;
12. Criação de manuais.
Convém ressaltar uma das etapas mais importantes para os arquivos que é a escolha do método de arquivamento no arranjo da documentação. Por existirem documentos que devem ser ordenados de maneira diferenciada (assunto, nome, número, data ou local) pode-se empregar diferentes métodos, porém baseados em cuidadosa análise das atividades desenvolvidas pela organização e pela observação das solicitações dos documentos nos arquivos.
Deve-se definir então o método principal e os auxiliares a serem implantados. Assim como o método, o arranjo, que é a ordenação dos documentos em fundos (fonte geradora de documentos como a administração, a contabilidade, os recursos humanos, entre outros) é uma das funções mais importantes em um arquivo e deve ser desenvolvido por profissionais habilitados e especialistas na área de gestão de documentos neste ambientes institucionais.
Os principais métodos de arquivamento utilizados podem ser apresentados da seguinte forma:
a) Alfabético – é utilizado quando o elemento principal a ser considerado é o nome, pode ser chamado de sistema direto pois, a pesquisa é feita diretamente no arquivo por ordem alfabética. Este método é bastante rápido, direto e de fácil utilização.
b) Geográfico – também é do sistema direto, onde a busca é realizada pelos elementos procedência ou local, que estão organizados em ordem alfabética.
c) Numérico – este método deve ser utilizado quando o elemento principal é um numero, sendo considerado sistema indireto, pois, para localizar um documento faz-se necessário recorrer a um índice alfabético de assunto, que fornecerá o número sob o qual o documento foi organizado. Pode ser dividido em três tipos: o numérico simples (para cada cliente existe um numero), o método numérico cronológico (além do numero observa-se também a data do documento), e o método dígito-terminal ( os documentos são numerados seqüencialmente, mas sua leitura apresenta uma peculiaridade que caracteriza o método, ou seja os números são dispostos em três grupos de dois dígitos cada um e são lidos da direita para a esquerda, formando pares). Este método é geralmente utilizado em arquivos com grande volume de documentos com elemento principal número.
d) Assunto ou ideográficos – este método é bastante utilizado, porém, não é de fácil aplicação porque depende de interpretação dos documentos sob analise e diante disso requer grande conhecimento das atividades institucionais e da utilização de vocabulários controlados. Podem ser
apresentados alfabética ou numericamente. No caso da apresentação alfabética, utiliza-se a ordem alfabético-enciclopédica, quando os assuntos correlatos são agrupados sob títulos gerais e disposto alfabeticamente; ou a ordem dicionário, que ocorre quando os assuntos são dispostos
alfabeticamente, seguindo-se a ordem seqüencial das letras.
e) Duplex – quando a documentação é dividida em classes conforme o assunto. O método decimal é baseado no método de Classificação Decimal de Dewey.
f) Métodos padronizados – além dos métodos acima descritos, existem
outros como Variadex, Automático, Soudex, Mnemônico e Rôneo, que são pouco utilizados.
2.2 Gestão documental
A partir da II Guerra Mundial, com o avanço da ciência e tecnologia, a produção de documentos cresceu a níveis muito elevados que superaram em muito a capacidade de controle e organização das empresas, que se viram forçadas a desenvolver trabalhos e buscar soluções para a gestão destes acervos acumulados.
A solução para resolver o acúmulo das massas documentais, vulgarmente conhecidas como arquivos mortos, é um dos grandes desafios da arquivística no Brasil. Trata-se de uma situação que se repete angustiantemente em todo o país. Qualquer organização pública ou privada, com mais de dois anos de existência, convive com o dilema do que fazer com a documentação acumulada no decorrer de suas funções. O poder público em suas várias esferas, a área privada e mesmo pessoas físicas em seus escritórios ou residências são forçadas a guardar cada vez
maior quantidade de documentos” (LOPES, 1993).
A sua regulamentação pela Lei Federal n.º 8.159, conceituando esta teoria da seguinte forma “Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimentos para guarda permanente”.
Analisando-se este conceito pode-se extrair três importantes momentos na gestão documental que são a produção, utilização e avaliação para a determinação do destino destes documentos. Esta determinação deve ser embasada pelo uso da Tabela de Temporalidade que é o instrumento normativo, elaborado por profissionais, das mais diversas áreas, principalmente a jurídica, administrativa e contábil, com auxílio de historiador e sob a coordenação do arquivista.
A tabela de Temporalidade determinará os prazos que cada documento deve ser mantido em cada fase da sua vida documental, dependendo do momento em que o documento se encontra, será enviado para o:
a) Arquivo corrente - é aquele em que os documentos são freqüentemente utilizados. Neste momento o arquivo responde muitas vezes pelo recebimento, registro, distribuição, expedição e
arquivamento de documentos.
b) Arquivo intermediário - neste momento os documentos não estão  mais em uso corrente, seu arquivamento é transitório e a função deste arquivo é principalmente assegurar a preservação guardando temporariamente e aguardando o cumprimento dos prazos estabelecidos pelas comissões de análise sendo eliminado ou guardado definitivamente, para fins de prova ou pesquisa.
c) Arquivo permanente - no momento em que os documentos “perdem” seu valor administrativo, aumenta a sua importância histórica, e não se pode separar estes arquivos em dois momentos: administrativo e histórico, pois os documentos que hoje são administrativos amanhã
serão históricos, mas a qualquer momento poderão tornar-se novamente administrativos por vários motivos. Sua função é a de reunir, conservar, arranjar, descrever e facilitar a consulta de
documentos oficiais não-correntes, tornando-os acessíveis e úteis no momento em que solicitados seja para atividades administrativas ou históricas.
De um modo geral, seja pôr necessidade cotidiana ou legal, os empresários estão sentindo a necessidade premente de possuírem sua documentação organizada e preparada pra eventuais fiscalizações internas e externas, como a classificação da série ISO 9000.
Com o constante crescimento no volume de documentos, se fez necessária a pesquisa para o desenvolvimento de novas técnicas e suportes para arranjo e armazenamento e disponibilizarão de documentos. Dentre os mais utilizados podemos destacar a microfilmagem e o gerenciamento eletrônico de documentos, por meio da digitalização e utilização de software para controle, a seguirão apresentadas estas duas soluções.
2.2.1 Microfilmagem
A validade legal da microfilmagem no Brasil se deu em 08 de maio de 1968  com a lei do microfilme de número 5.433, regulamentador da respectiva lei, sendo atualizada pelo decreto 1.799 de 1996.
Devido à sua capacidade de compactação, durabilidade, custo previsível e simplicidade tecnológica, o microfilme desde a sua criação, na década de 1970, não sofreu grandes alterações e foi escolhido para preservação dos documentos de arquivo (FARIA FILHO, 2000).
Para a adoção da microfilmagem, deve-se considerar vários elementos, tais como, custo/benefício, vantagens e desvantagens de sua utilização como instrumento tecnológico para auxiliar não só na preservação dos originais, mas também na garantia da segurança do acervo e agilizar a utilização. Para que o serviço de micrografia seja implantado com eficiência/eficácia se faz necessário antes de tudo a organização arquivística dos documentos, com a utilização de
catálogos (eletrônicos ou manuais) para a organização destes, bem como a implantação de critérios para a avaliação e seleção do acervo.
Vive-se em plena em plena era da explosão da produção da informação e as espécies documentais mensuráveis por unidade, vêm se avolumando em quantidades impressionantes, dentre elas os negativos e as ampliações fotográficas, os mapas e as plantas, os vídeos, os filmes os disquetes as fitas magnéticas de som e as de computador e até mesmo o microfilme (LOPES, 1993).
A microfilmagem apresenta para a preservação dos documentos vantagens incontestáveis, mas em relação ao acesso existem alguns problemas, que podem ser considerados graves, tais como a questão de que somente podem ser utilizados em locais onde se possua equipamento específico, sua leitura é morosa, existem dificuldades de manuseio dos documentos e as cópias têm qualidade inferior ao original.
Por esta razão é que sistemas híbridos que conjugam a micrografia com os atuais sistemas eletrônicos para armazenamento de documentos vêm cada vez mais sendo utilizados, pois, a utilização de meios eletrônicos para guarda de documentos ainda não é totalmente segura.
2.2.2 Gerenciamento Eletrônico de Documentos GED
Com o surgimento e uso mais intenso dos microcomputadores a partir da década de 1980, utiliza-se este instrumento para as mais diversas funções, que vão desde os mais simples editores de texto até os mais sofisticados e complexos programas, que no caso dos arquivos vêm apresentando soluções para gerenciamento de documentos, das quais podemos citar o tratamento digital de imagens, as técnicas de fluxo de trabalho (workflow), a multimídia, que combina textos, voz, imagens e movimento, os quais oferecem recursos cada vez mais amplos na área da informação e documentação.
Cabe ressaltar que apesar das facilidades que as novas tecnologias propiciam, deve-se considerar impreterivelmente a questão legal destes arquivos ou documentos, que até o momento não possuem regulamentação devido a sua vulnerabilidade e, por conseguinte, não asseguram o valor probatório legal dos documentos. Outra questão é a durabilidade dos materiais empregados e sua rápida superação no que tange a atualização destes softwares de gerenciamento.
Para implantação do GED, deve-se primeiramente criar infra-estrutura necessária a sua implantação: cabeamento do prédio, aquisição de servidor, computadores para todos os usuários, interligação dos equipamentos em rede, aquisição e instalação de software. Alem de se fazer necessário os procedimentos de recebimento, indexação, tramitação, arquivamento dos documentos e finalmente o treinamento dos usuários.
Quando uma empresa faz a escolha de implantar sistemas de GED, isso significa que ela já é madura o suficiente para perceber o real valor da informação. Quanto maior o volume das informações, mais necessário é encontrar uma solução para que a desordem não crie sérios problemas, inclusive o da perda de negócios, atrasos em respostas e perda do potencial da competitividade. (MUNDO DA IMAGEM, 2003).
Algumas vantagens do GED:
a) Interação com outros sistemas como correio eletrônico, sistemas de gestão e manutenção;
b) Possibilidade de maior disseminação da informação, dinamizando análise de documentos e reduzindo o tempo de tramitação dos mesmos; c) Redução de custos provenientes da duplicidade, reprografia e extravio de documentos; d) Rapidez no envio da i nformação ao usuário final; e) Agilidade no atendimento e padronização no cadastramento e informações; f) Economia com a redução de tempo de resposta para auditorias e pesquisas; g) Redução de tempo no acesso a documentos, redução de área física e moveis para arquivamento.
A implantação, tanto do GED, quanto da microfilmagem deve ser efetivada visando a garantia no processo de atualização da documentação, interrupção no processo de deterioração dos documentos, e ainda a eliminação do risco de perda do acervo, através de backup, microfilmagem e distribuição de documentos, sem falar no acesso à informação pela internet e intranet.
3 CONSIDERAÇÕES
Com o objetivo de apresentar uma visão esquematizada dos arquivos,buscou-se na literatura, principalmente a nacional, embasamento para proporcionar ao leitor aspectos gerais dos arquivos, seu funcionamento, conceitos, entre outras características. Durante a pesquisa observou-se que devido à crescente evolução de tecnologias e de técnicas aplicadas ao gerenciamento das informações torna-se muitíssimo difícil manter-se atualizado neste universo arquivístico, pois existem realmente poucas publicações na área principalmente no que tange às novas tecnologias e seu funcionamento e os eventos de capacitação, além de serem de alto custo de investimento e carga horária demasiadamente longa, no geral são oferecidos por instituições de Estados do sudeste, o inviabiliza o processo da educação continuada.
Para enfrentar todos estes desafios, é necessário investir cada vez mais na formação profissional arquivística, para concorrer neste mercado, no qual é bastante exigida a especialização em decorrência da responsabilidade crescente destes organismos nas empresas, pois o acúmulo desordenado pode levar a perdas irreparáveis exemplificados pela existência dos arquivos mortos.
Por tudo o que foi exposto, pode-se afirmar que eles não existem. Entretanto, não há como negar a presença asfixiante das massas documentais acumuladas, que se não tratadas devidamente poderão não só desqualificar e atrasar empreendimentos, como também trazer sérios prejuízos para as organizações, tanto no aspecto mercadológico quanto no aspecto jurídico auditorial.
REFERÊNCIAS
BOTTINO, Mariza. Interface arquivologia diplomática: alguns aspectos para discussão. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARQUIVOLOGIA, 10., 1994, São Paulo. Anais... São Paulo,1994, 21 p.
BRASIL. Lei nº 5.433, de 8 de maio de 1968. Dispõe sobre a microfilmagem de documento. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 10 de maio 1968. Disponível em: < http://www.arquivonacional.gov.br/conarq/leis/leg_arq.htm >. Acesso em: 28 jan.2004.
BRASIL. Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991. Dispõe sobre a política nacional de
arquivos públicos e privados e dá outras providências. Diário Oficial da União.
DF, 9 de jan. 1991. Disponível em: <
http://www.arquivonacional.gov.br/conarq/leis/leg_arq.htm > Acesso em: 28 jan.2004.
BRASIL. Decreto nº 1.799, de 30 de janeiro de 1996. Regulamenta a Lei nº 5.433, de 8 de maio de 1968, que regula a microfilmagem de documentos oficiais, e dá outras providências. Diário Oficial da União. DF, 31 de jan. 1996. Disponível em: < http://www.arquivonacional.gov.br/conarq/leis/leg_arq.htm > Acesso em: 28 jan.2004.
FARIA FILHO, Luciano Mendes de. Arquivos, fontes e novas tecnologias:
questões para a historia da educação. Campinas: Braganca Paulista, 2000. 160p.
LOPES, Luiz Carlos. Arquivópolis: uma utopia pós-moderna. Ciência da
Informação, Brasília: v. 22, n. 1. jan./abr. 1993.
MUNDO DA IMAGEM. São Paulo: CENADEM, n. 57, mai./jun. 2003.
PAES, Marilena Leite. Arquivos: teoria e prática. Rio de Janeiro: FGV, 2002. 228 p.
PRADO, Heloisa de Almeida. A técnica de arquivar.
São Paulo: T. Queiroz, 1986.
_______________________
ARCHIVES AND DOCUMENTAL MANAGEMENT ORGANIZATION
Abstract: The importance of archives in the society. Presents concepts, it classifies
some of the principal characteristics of the files. Schematizes the most modern
means and techniques to archivievment, as well as it compares applied
technologies for the administration of documents, microfilmagem and GED.
Keywords: Archives; Management files; Documents Administration.
_______________________

Uberdan dos Santos Lopes

Monstros S/A - Relações humanas

Para dar suporte e auxiliar ao que foi discutido e assistido na aula, sugerimos o link abaixo:

http://www.revistas.usp.br/anagrama/article/view/35542/38261

agradecido.


Ou ler o texto abaixo:


Revista Anagrama: Revista Científica Interdisciplinar da Graduação
Ano 4 - Edição 4 – Junho-Agosto de 2011
Avenida Professor Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitária, São Paulo, CEP: 05508-900
anagrama@usp.br
Análise do filme “Monstros S.A.”: As Relações Humanas no Trabalho
Luciana Belo de Lima
 1
Luciane Albuquerque Sá de Souza
2
Resumo
O presente artigo traz uma análise do filme Monstros S.A, sob a perspectiva das relações
humanas no trabalho, tratando de temas referentes às mudanças organizacionais, estrutura
administrativa, estratégia empresarial e liderança. O objetivo é mostrar como uma boa
administração nas organizações e o poder de inovação das pessoas podem elevar o
desenvolvimento individual e o desempenho organizacional através da administração
superior.
Palavras-chave: mudanças organizacionais, estratégia empresarial, liderança.
1 INTRODUÇÃO
Os filmes estão sendo utilizados como importante recurso metodológico para a
compreensão e apreensão de alguns conceitos e teorias da Administração, bem como as
relações humanas no trabalho. Por meio do uso de metáforas e imagens, a realidade vivida
no cotidiano organizacional tem sido demonstrada através de ficções e desenhos,
reforçando a percepção acerca desse universo.
A unidade de análise deste artigo será o filme “Monstros S.A”, produzido pela
Pixar filmes, e as diversas variáveis nele existentes que funcionam como mecanismos de
identificação do sujeito com a organização. Considera-se esse um filme rico que favorece
diferentes “leituras” a respeito de temas relacionados ao comportamento organizacional,
tendo em vista uma série de situações vividas pelos personagens dentro de uma fábrica,
sob dado contexto político, econômico e social.

1
 Graduanda do Curso de Bacharelado em Administração do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – IFPB.
2
 Professora Mestra da Unidade Acadêmica de Gestão e Negócios do IFPB. Orientadora do artigo. DE LIMA, L. B. & DE SOUZA, L. A. S. ANÁLISE DO FILME MONSTROS S.A....
Revista Anagrama: Revista Científica Interdisciplinar da Graduação
Ano 4 - Edição 4 – Junho-Agosto de 2011
Avenida Professor Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitária, São Paulo, CEP: 05508-900
anagrama@usp.br
2
O recorte deste artigo será para aspectos da organização que facilitam a
identificação do funcionário com ela. Entre eles, evidenciamos temas como a gestão de
pessoas, a cultura organizacional, mudança organizacional e a liderança
2 O FILME
2.1 Ficha técnica e roteiro
Monstros S/A – Monsters, Inc, título original – é um filme de animação americano
lançado em 2001 pela distribuidora Walt Disney Pictures, através da Pixar Animation
Studios. Dirigido por Pete Docter e David Silverman, produzido por Darla K. Anderson e
roteiro de Andrew Stanton.
O filme é do gênero animação e aventura, com 92 minutos de duração e seu elenco
principal é constituído por:
Mike Wazowski
James P. Sullivan "Sulley"
Mary Gibbs “Boo”
Randall Boggs
Celia Welia
Henry. J. P. Watternoose
Roz
O filme conta a história de uma cidade chamada Monstropólis, onde a principal
fonte de energia é gerada na fábrica Monstros S.A. O cenário principal e a maior parte das
cenas se desenrolam nessa fábrica. Assim como toda organização possui sua engrenagem
para o funcionamento, Monstros S.A também possui a sua. Seu funcionamento é
semelhante ao de uma organização com alta produção, seguindo a lógica da linha de
montagem.
O objetivo da empresa é captar energia por meio do trabalho dos seus funcionários,
que são especializados em assustar crianças. As crianças, ao se assustarem com os
monstros, gritam e esse grito é transformado em energia.
Para atender à demanda do processo produtivo, a fábrica conta com o trabalho de
centenas de monstros, mas o grupo de elite é composto por dois deles: James Sullyvan e
Mike Wazowski. Os dois formam uma equipe: Sulley – como gosta de ser chamado – é DE LIMA, L. B. & DE SOUZA, L. A. S. ANÁLISE DO FILME MONSTROS S.A....
Revista Anagrama: Revista Científica Interdisciplinar da Graduação
Ano 4 - Edição 4 – Junho-Agosto de 2011
Avenida Professor Lúcio Martins Rodrigues, 443, Cidade Universitária, São Paulo, CEP: 05508-900
anagrama@usp.br
3
responsável por assustar as crianças e Mike, seu auxiliar, é o responsável pelo manuseio do
equipamento que controla as portas que dão acesso ao quarto das crianças e pela
armazenagem da energia gerada pelos gritos dos infantes. A dupla é recordista da empresa
em quantidade de energia armazenada e tem seu potencial valorizado pela companhia, por
meio de ampla divulgação de seus feitos nos âmbitos interno e externo. Todos os
funcionários os admiram e os têm como exemplo de sucesso.
No mundo dos monstros, existe a crença de que as crianças são potenciais
transmissoras de doenças. Em virtude disso, há uma preocupação, por parte dos monstros
assustadores, em evitar ao máximo o contato com os infantes e os objetos que fazem parte
do universo deles. Quando um desses objetos é trazido acidentalmente para o mundo dos
monstros, são adotadas medidas profiláticas urgentes e extremas. O órgão responsável por
isso é a CDA - Child Detection Agency.
Para adentrar ao mundo das crianças, acontece um ritual de preparação por parte
dos monstros, com o objetivo de que o susto seja eficaz atingindo as metas desejadas de
energia. Todo esse trabalho é supervisionado de perto pelo chefe da fábrica, Sr.
Waternoose que elogia o desempenho de Sulley. Vale ressaltar, que a Monstros S.A
enfrentava uma crise na captação de energia, pois as crianças já não se assustavam como
antigamente. Em contrapartida, Sulley acredita que seu chefe é capaz de tirá-los da crise e
o apóia em suas idéias e atitudes, sendo multiplicador da postura do chefe no contexto
organizacional. Um exemplo é a parte do filme na qual Sulley recebe um convite para
treinar os estagiários e diz que no treinamento irá usar o famoso e assustador salto
Waternoose.
Na narrativa, Randall é o monstro inimigo de Sulley, pois deseja ocupar o seu lugar
de monstro líder em captação de energia e anuncia tempos de mudança na empresa para
Sulley e Mike.
Sua estratégia baseia-se em trapaças, o que é evidenciado a partir do momento em
que não guarda uma porta, pois planeja seqüestrar a menininha que se assustava. Só que
Sulley entra na fábrica e vê a porta esquecida, abrindo-a e perguntando se tinha alguém lá.
Randall aparece nervoso e recolhe a porta. Quando Sulley se encontra novamente sozinho,
eis que surge uma menininha. Sulley fica desesperado, tenta jogar fora os brinquedinhos e
se desfazer de tudo o que pudesse chamar a atenção da CDA. Só que a garotinha agarra-se
a ele, querendo brincar com o “gatinho” – nome dado pela garota ao monstro. DE LIMA, L. B. & DE SOUZA, L. A. S. ANÁLISE DO FILME MONSTROS S.A....
Revista Anagrama: Revista Científica Interdisciplinar da Graduação
Ano 4 - Edição 4 – Junho-Agosto de 2011
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anagrama@usp.br
4
Concomitantemente, Mike jantava com sua namorada Célia num restaurante muito
famoso e disputado. Nesse momento, Sulley aparece no restaurante com a menininha
escondida dentro de uma sacola. A garota foge, causando um pânico total no ambiente.
Imediatamente, a CDA é acionada e a área é toda bloqueada para ser descontaminada. Só
que Mike, Sulley e a menina haviam fugido.
Eles levaram a garota para casa. Ela não pára de chorar, porque está interessada em
brincar. Contudo, os monstros a evitam, por acreditarem que o contato com as crianças é
contagioso e deveria ser evitado. Muito emotivo e alienado com o trabalho Sulley se
culpava dizendo que ia destruir a Monstros S.A.
Na narrativa do filme, a aproximação de Sulley com a criança acaba por se impor.
Quando a menininha vai dormir, ela fica com medo que Randall, seu monstro assustador,
apareça e Sulley tenta acalmá-la, iniciando uma relação de afeto e mudança de percepção
quanto às crianças. Ele sai do quarto dizendo a Mike que ela não é assustadora e quer
devolvê-la para sua porta em vez de destruí-la. Mike teme ir para o exílio, local destinado
aos monstros que não obedecem às regras da Monstros S.A.
Na seqüência, Sulley disfarça a menininha de monstrinha e parte para a fábrica. Lá,
ela pede para ir ao banheiro e começa a brincar de esconde-esconde com Sulley, que gosta
e a elogia. Nesse momento, expressando o seu afeto, Sulley passa a chamar a menina de
“Boo” e Mike comenta que ele está se afeiçoando ao “treco”. Enquanto acontece esse
diálogo, Boo foge e deixa Sulley desnorteado.
Num outro momento, Mike encontra Randall e combina de devolver a garota na
hora do almoço, quando não há ninguém na linha de produção. Já Sulley está desesperado,
pois acha que a Boo foi triturada, mas ela reaparece. Quando Mike reencontra Sulley e
Boo, parte com eles para executar o plano de Randall. Contudo, Sulley desconfia que
Randall tem mesmo o propósito de devolver a garota para a sua porta e Mike debocha da
atitude do amigo.
Para tranqüilizar Sulley, Mike entra no quarto de Boo, fazendo-se passar por ela.
Nesse momento, Randall o seqüestra pensando tratar-se de Boo. Fica evidenciada a farsa.
Sulley foge com a garotinha e tenta achar Mike. Descobrem o esconderijo, no qual havia
uma máquina que sugava os gritos, chamada abdutor. Está máquina era como uma espécie
de “aspirador” que sugava todo o fôlego das crianças seqüestradas por Randall. Então
Mike é preso ao abdutor e Randall tenta fazê-lo falar à força onde estava a menininha, mas
Sulley chega a tempo e desliga a máquina. DE LIMA, L. B. & DE SOUZA, L. A. S. ANÁLISE DO FILME MONSTROS S.A....
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Mike, Sulley e Boo fogem, mas acabam caindo no estúdio de treinamento, onde o
Sr. Waternoose força Sulley a dar aos estagiários o exemplo de monstro assustador. Ao ver
Sulley em ação, Boo amedronta-se e acaba sendo vista por Waternoose. Mike explica ao
chefe que a menina não é tóxica e o que Randall faz, dizendo ainda que pretende matá-los.
O chefe finge entender, dizendo que cuidará da garotinha e chama uma porta. Só que essa
não é a porta do quarto de Boo e sim a do exílio, onde Mike e Sulley são jogados.
No exílio, Mike revolta-se com o amigo. Brigam e encontram outro monstro
banido, que conta para Sulley que existe um vilarejo onde há crianças. Sulley, desesperado,
vai em busca do lugar e acha uma porta que o leva de volta a Monstros S.A. No retorno à
fábrica, ele encontra Randall junto com o Sr. Waternoose tentando sugar Boo na máquina
abdutora e impede a ação, começando a brigar com os inimigos. Waternoose diz para
Randall não deixar testemunhas e, nesse momento, demonstra estar apoiando as trapaças
de Randall.
Mais uma vez, Mike e Sulley fogem, tentado devolver Boo à sua porta. Mas o chefe
aparece e diz que “sequestrará mil crianças antes de deixar a empresa acabar”. Nesse
momento, ele é preso pela CDA e culpa Sulley pelo possível fechamento da Monstros
S.A. Logo em seguida, Boo é devolvida, em uma cena de muita emoção. Sua porta é
destruída e Roz (chefe da CDA) diz que não quer nenhum comentário e relatório sobre o
caso. Mike comemora, pois a menina tinha sido devolvida sã e salva. Mas, ao mesmo
tempo, diz que a fábrica será fechada e que vários monstros ficarão desempregados. Mike e
Sulley comentam que, apesar das dificuldades vivenciadas, o episódio valeu a pena, pois os
acontecimentos foram motivadores de boas risadas. Do diálogo nasce uma idéia que levará
à mudança de foco do negócio. Ao invés de captar gritos das crianças, os monstros
passarão a captar risos. Essa será a nova fonte de energia de Monstrópolis.
A fábrica é reestruturada e Mike agora passa a ser o “guru das risadinhas”,
reforçando o seu papel de liderança e dando uma nova configuração à realização do
trabalho. Entretanto, apesar de o trabalho seguir de “vento em popa” na Monstros S.A,
Sullley não consegue esquecer Boo. Mike surpreende o amigo, ao final do filme, com a
reconstrução da porta da menina. DE LIMA, L. B. & DE SOUZA, L. A. S. ANÁLISE DO FILME MONSTROS S.A....
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3 TEMAS RELEVANTES ABORDADOS NO FILME
3.1 Gestão de Pessoas
Atualmente, a gestão de pessoas encontra-se nivelada ao aparato das relações entre
mudanças estratégicas e respeito às capacidades e limitações do homem. Questões como
criatividade, participação, habilidade, responsabilidade e, principalmente, conhecimento
estão sendo ressaltados por estudiosos da área. Já não se admite que os dirigentes se
atrelem apenas aos retornos financeiros. Administrar pessoas nos dias de hoje exige, cada
vez mais, a busca de bases científicas que comprovem a sua ligação com “mudanças
estratégicas” e o seu vínculo com “conhecimento organizacional”.
O sucesso de uma organização está cada vez mais relacionado à aquisição do
conhecimento e à valorização dos ativos intangíveis, sendo consenso entre gestores e
colaboradores. Dessa forma, Motta (1998), Kanaane (1999) e Quinn (1992) consideram
que no caminho para o futuro, o desafio estará na consciência de que a tecnologia –
robotização, automatização e informatização – é importante, mas insuficiente ao êxito,
caso não seja acompanhada de novos modelos organizacionais e da satisfação integral das
pessoas.
 O filme Monstros S.A mostra claramente no seu começo, a gestão de recursos
humanos através do treinamento e desenvolvimento dos funcionários na fábrica de gritos.
O treinamento é um dos recursos do Desenvolvimento de Pessoal que visa o
aperfeiçoamento de desempenhos, aumento da produtividade e das relações interpessoais.
Para isso, prepara o potencial humano frente às inovações tecnológicas e as constantes
mudanças do mercado de trabalho, sendo o treinamento indispensável para a busca da
qualidade total. O chefe dos monstros, Sr. Waternoose, se preocupa com o
desenvolvimento de seus colaboradores, fazendo com que eles melhorem cada vez mais
nas suas funções e consigam alcançar as suas metas, que são os gritos das crianças
transformadas em energia e assim tendo em sua empresa funcionários totalmente
dedicados, como o Mike e o Sullivan.

3.2 Mudança organizacional
Para Bruno-Faria (2000), mudança organizacional é qualquer alteração, planejada
ou não, ocorrida na organização, decorrente de fatores internos e/ou externos à organização
que traz algum impacto nos resultados e/ou nas relações entre as pessoas no trabalho. Já
para Wood Jr (2000), a mudança é qualquer transformação de natureza estrutural, DE LIMA, L. B. & DE SOUZA, L. A. S. ANÁLISE DO FILME MONSTROS S.A....
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estratégica, cultural, tecnológica, humana ou de outro componente, capaz de gerar impacto
em partes ou no conjunto da organização.
Para as empresas se manterem no mercado, elas devem estar sempre em busca de
mudanças. Como aconteceu na Monstros S.A, onde a mudança foi trocar a forma de colher
seu produto final, ou seja, a energia, que antes era feita através dos gritos das crianças.
Essa mudança só ocorreu com a troca do gestor, pois, ao final do filme, o Sr. Waternoose
foi preso, dando a vaga para o Mike e seu parceiro, transformando totalmente a visão de
futuro da organização.
Mike e Sullivan descobrem que é possível obter energia através dos sorrisos. Isso
seria moleza, porque dada a obsolescência dos monstros eles provocavam mais risos do
que apavoravam. E essa mudança fez com que a Monstros S.A renovasse sua cultura e seu
clima organizacional, melhorando os princípios e valores dos funcionários que ali
trabalham.
3.2.1 Resistência à Mudança
Já é fato que a mudança é conseqüência natural da evolução, e esta ainda causa
temor nas organizações, dado aos impactos causados e à resistência gerada. Entretanto
“uma das descobertas mais bem-documentadas nas pesquisas sobre comportamento
organizacional e de pessoas é que as organizações e seus membros resistem à mudança”
(Robbins, 2002:531). Para confirmar esta ideia, Moura (2002:32) enfoca que “o processo
de mudança faz aflorar forças de integração e desintegração, que se não neutralizadas,
provocam resistências à mudança do status quo”.
A mudança no contexto organizacional engloba alterações fundamentais no
comportamento humano, dos padrões de trabalho e nos valores em resposta a modificações
ou antecipando alterações estratégicas, de recursos ou de tecnologia. Considera que a
chave para enfrentar com sucesso o processo de mudança é o gerenciamento das pessoas,
mantendo alto nível de motivação e evitando desapontamentos. O grande desafio não é
mudança tecnológica, mas mudar pessoas e a cultura organizacional, renovando os valores
para ganhar vantagem competitiva. (Herzog apud Rossi, 2000:36).
Essas mudanças, em várias empresas podem sofrer resistências. No caso da
Monstros S.A, a resistência à mudança estava no próprio gestor, achando que não era
necessário implementá-la com medo de não dar certo. Ao contrário do que o Sr.
Waternoose afirmava, não era as mudanças sociais que estavam levando a empresa à DE LIMA, L. B. & DE SOUZA, L. A. S. ANÁLISE DO FILME MONSTROS S.A....
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falência, mas era a resistência da empresa em mudar seu modelo de negócios, ou seja, a
culpa não era das crianças, que não estavam se assustando mais, mas sim da empresa que
insistia em não aceitar a mudança.
3.3 Cultura Organizacional
De acordo com Nassar (2000), cultura organizacional é o conjunto de valores,
crenças e tecnologias que mantém unidos os mais diferentes membros, de todos os escalões
hierárquicos, perante as dificuldades, operações do cotidiano, metas e objetivos. Pode-se
afirmar ainda que é a cultura organizacional que produz junto aos mais diferentes públicos,
diante da sociedade e mercados o conjunto de percepções, ícones, índices e símbolos que
chamamos de imagem corporativa. Para Vergasta (2001), a cultura organizacional não é
algo pronto e acabado, mas está em constante transformação, de acordo com sua história,
os seus atores e com a conjuntura.
É importante salientar que as organizações, muitas vezes, estão inseridas em um
mesmo contexto sócio-econômico-cultural, no entanto, apresentam características
singulares. Isto se deve a inúmeras variáreis, como o modelo de gestão que recebem, o tipo
de liderança predominante, o comprometimento de seus colaboradores, a sub-cultura local
com suas respectivas crenças e tabus, enfim a uma diversidade de fatores que irão
constituir uma cultura organizacional diferente em cada organização.
Durante todo o percurso do filme, foi visto um tipo de cultura um pouco distorcida,
onde os próprios funcionários acreditavam existir, porém, não havia uma notória
comunicação entre a cúpula e os subordinados, o que leva a organização a se manter
estagnada nos dias de hoje.
Em meio a confusão, Mike e Sully percebem que é possível ter um novo modelo de
negócio muito mais lucrativo e muito menos penoso. É preciso reformular a empresa e
mudar o próprio critério de funcionário ideal e, conseqüentemente sua cultura, a fim de que
a empresa se recupere.
3.4 Liderança
Atualmente, existem inúmeras formas de conceituar liderança. Conforme Fachada
(1998), a liderança é um fenômeno de influência interpessoal exercida em determinada
situação através do processo de comunicação humana, com vista à comunicação de
determinados objetivos. Ou ainda “liderança é o uso da influência não coercitiva para DE LIMA, L. B. & DE SOUZA, L. A. S. ANÁLISE DO FILME MONSTROS S.A....
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dirigir as atividades dos membros de um grupo e levá-los à realização de seus próprios
objetivos” (Maximiano, 2004).
Um elemento importante na liderança é a habilidade de influenciar os outros no
trabalho. Se o líder não pode influenciar as ações de seus subordinados, ele será incapaz de
cumprir o seu papel e perderá a confiança deles (Kwasnicka,1995).
O líder apresentado no filme é o Sr. Waternoose. Sua forma de liderar é um tanto
quanto obsoleta no que se refere ao seu modo de guiar sua organização. Apesar de no
começo do filme ele fazer inúmeros elogios aos dois principais funcionários a respeito das
respectivas dedicações, ele utiliza de alguns artifícios maléficos ou contrários ao bom
andamento de uma empresa. Além de não querer enxergar a necessidade de mudança na
empresa, ele mostrou que para não fechar, teve que manipular os funcionários e, com a sua
influência planejar as mudanças de acordo com o que ele achava certo.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, conclui-se que as empresas que querem continuar no mercado devem ser
estrategicamente inovadoras, ou seja, no momento em que precisarem mudar, tanto a parte
física, como seu quadro de pessoal, não terem pensamentos antigos ou obsoletos.
Para que haja uma verdadeira mudança é preciso que o processo aconteça de dentro
para fora, ou seja, a mudança requer que se conheça a razão de mudar, exigindo-se
conhecer o que se quer mudar. Deve-se, também, abandonar velhos hábitos, valores e
conceitos pré-concebidos, pois ao se fazer as mesmas coisas se obtêm sempre os mesmos
resultados.
Pode-se observar no filme Monstros S.A que, mesmo com toda a resistência sofrida
pelos funcionários à mudança, esta foi a melhor decisão tomada para que a empresa não
declinasse, cabendo aos dirigentes ou líderes organizar e gerenciar o processo de mudança
para que suas possíveis perdas ou ameaças sejam minimizadas, sendo mostrado aos
envolvidos seu lado positivo - novo aprendizado e novas experiências. DE LIMA, L. B. & DE SOUZA, L. A. S. ANÁLISE DO FILME MONSTROS S.A....
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRUNO-FARIA, M. F. F. Análise da relação entre os conceitos de criatividade, inovação e
mudança organizacional. Editora Mimeo, 2000.
FACHADA, Odete. Psicologia das relações interpessoais. Lisboa: Edições Rumo: 1998.
KANAANE, Roberto. Comportamento humano nas organizações: o homem rumo ao
século XXI. São Paulo: Atlas, 1999.
MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Introdução à administração. 6 ed. São Paulo: Atlas,
2004.
MOTA, Paulo R. Transformação organizacional: a teoria e a prática de inovar. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 1998.
MOURA, Gizela Garcia. Comportamentos de resistências à mudança da média gerência
diante da implantação da NBR ISSO 9000. 2002. 160f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de produção). Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2002.
NASSAR, Paulo. História e cultura organizacional. In: Revista Comunicação Empresarial
– Nº 36, 2000.
QUINN, James Brian. Managing strategic change. Sloan Management Review, p.3-20,
Summer, 1992.
ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento organizacional. São Paulo: Pretice Hall, 2002.
ROSSI, Luiz Carlos. Mudança organizacional e competitividade: um estudo de caso em
empresa de telecomunicações. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. 2000.
VERGASTA, Patrícia Dantas. Cultura e aprendizagem organizacional. 2001. Disponível
em: . Acesso em: 
05/12/10.
WOOD JR., T (Coord.). Mudança Organizacional. São Paulo: Atlas, 2000.